16/10/2015

Computador na sala de aula: impacto no ambiente e nos relacionamentos

Computador na sala de aula: impacto no ambiente e nos relacionamentos

Por Mauro Nogueira de Oliveira


Fundamentação – Em 1998, quando começamos nossos estudos para as disciplinas de Informática Teórica com instrumentos que pudessem servir como ferramentas de suporte para os professores, desde o conteúdo até os métodos de avaliação, percebemos que haveria implicações uma vez implantado tal processo. Professores e estudantes teriam de revisar alguns hábitos e salas de aula
teriam de ser adaptadas. Neste artigo pretendemos aprofundar as respectivas implicações.

Generalidades – A introdução de computadores nas salas de aula está motivando estudos e pesquisas com o propósito de obter o melhor uso dessa tecnologia por todos os envolvidos.

É neste contexto que iremos desenvolver e analisar a adoção de algumas estratégias, tendo como foco principal o relacionamento entre professores e estudantes e o ambiente em que isso ocorre, como forma de contribuir para o incentivo da eficiência nesse tipo de relacionamento.

Palavras-chave – mudança nas salas de aula, novo professor, novo estudante, novos relacionamentos.

INTRODUÇÃO

Com o uso dos computadores nas salas de aula, entendemos que o aprendizado tornar-se-á mais efetivo se estivermos atentos a três aspectos que precisam ser intensamente desenvolvidos: o ambiente escolar, o professor e o estudante.

O fim dos anos 50 marcou o início de um debate acerca das facilidades escolares e em que extensão iriam melhorar ou piorar a qualidade de ensino. Esse tipo de discussão perdura até hoje. Além disso, um novo aspecto foi adicionado a esse debate – o uso da tecnologia do computador. Várias pesquisas estão sendo elaboradas para redesenhar as construções de edifícios que abrigarão escolas, o
formato das salas de aula, bem como para viabilizar os custos dessas mudanças físicas. Apesar desses aspectos ambientais, outro aspecto que adquire importância é a mudança do papel a ser desempenhado pelo professor e até onde essa mudança de papel representa uma vantagem ou um perigo, uma vez que no papel atual dos professores estão hábitos arraigados já há algum tempo.

Entendemos que precisamos ampliar a estratégia mais utilizada para essa mudança, precisamos ir
além da experiência cognitiva e tornar possível que professores examinem as razões pelas quais ainda existe resistência em se rever atitudes tais como: não ser mais a única pessoa com a responsabilidade de fornecer informação aos estudantes, uma vez que eles terão o computador como recurso; a importância de se rever o critério de avaliação que tem sido usado até então; o exercício de autoridade, o qual necessita ser redefinido, uma vez que o estudo dos alunos será desenvolvido mais individualmente; e, finalmente, redefinir a duração de tempo de trabalho dos professores dentro da sala de aula, bem como quanto tempo adicional eles estarão disponíveis a seus alunos.

Entendemos que essa redefinição ambiental e comportamental nas escolas trará melhores resultados se preparar quem já é professor, porque, em nossa opinião, a transição de um modelo para outro será enriquecida com a experiência já adquirida pelos professores.

O terceiro lado deste triângulo é o objetivo principal do aprendizado: o estudante. A dificuldade para trabalhar com essa nova tecnologia é predominantemente dos professores, e esse problema realmente existe. Contudo, estudantes também precisam rever suas atitudes, uma vez que o atual sistema de aprendizado estimula a dependência de professores ao invés de autonomia.

Entendemos que trabalhando nesses três níveis estaremos facilitando a mudança de maneira mais planejada.

O AMBIENTE ESCOLAR

Em 1959, James Bryan Conant, Reitor da Universidade de Harvard, coordenou um grupo de trabalho com o objetivo de avaliar a educação nos Estados Unidos. Esse trabalho resultou em um pequeno livro com sérias recomendações, dentre as quais uma prevaleceu e influenciou o mundo inteiro: o número de pequenas escolas deveria diminuir drasticamente. A principal vantagem apontada a favor
das grandes escolas foi:

"As escolas maiores podem oferecer melhor educação porque têm maior capacidade para empregar e melhor remunerar os professores."

O conceito "maior é melhor" tornou-se um "clichê" em educação.

No entanto, estudos mais recentes mostraram que escolas grandes esqueceram-se de um fator importante: o espaço psicológico do aluno. Grandes escolas podem contratar os melhores especialistas; contudo, devido ao alto número de estudantes, professores não conseguem dar a atenção necessária a todos os alunos. Situação que não acontece em escolas pequenas, nas quais a aproximação entre professores e alunos compensa a deficiência de referida especialização elevada. Essa proximidade entre professor e aluno estimulou outro tipo de proximidade muito questionada nas escolas maiores, a dos pais com a escola. O relacionamento entre os pais e a escola é muito importante porque permite melhor acompanhamento do processo educacional e amplia o conceito de educação, o qual começa a ser visto não somente como uma tarefa da escola, bem como a escola como o único lugar onde se praticam tarefas obrigatórias.

O problema de custo também foi refutado porque, quanto maior o número de estudantes, maior a quantidade de profissionais e de funcionários para gerenciar a estrutura de uma grande escola.

Com a entrada do computador nas salas de aula, o conceito "maior é melhor" começou a ser revisto tanto quanto o outro conceito, "menor é melhor". Isto porque o aprendizado se dará de outras maneiras. A informação estará cada vez mais dentro do computador, o qual a fornecerá independentemente do tamanho das escolas. Considerando-se que o ensino será mais individualizado, não faz diferença se dez ou cem estudantes se matriculam em um curso. Escolas podem ser menores e mais próximas da residência dos estudantes.

Fred Bennett (1996) estabelece algumas regras na nova configuração das escolas:
· Reduzir suas dimensões;
· Modificar o formato das salas de aula;
· Máquinas próximas umas das outras, com sua parte de trás encostada na parede ou na parte de trás de outra máquina;
· Salas de aula maiores do que as atualmente existentes, as quais têm sido desenhadas para atender 30 alunos;
· Os alunos não terão uma mesa de trabalho (carteira) específica na sala de aula, porque, com a educação computadorizada, estarão aptos para acessar suas configurações de qualquer máquina;
· A necessidade de silêncio será menor;
· Período normal de aulas continuará, porque isso permitirá a interação dos alunos;
· Poderá ser modificado o conceito de freqüência das aulas, uma vez que os alunos poderão avançar seus estudos em relação aos demais colegas;
· A escola terá serviço de suporte, de modo que os alunos poderão acessar o computador de suas casas.

Existe um custo financeiro para todas essas adaptações, e até pouco tempo atrás isso foi realmente um obstáculo. No entanto, essa variante tem tido sua importância cada vez mais diminuída já que todos sabem que os custos estão se reduzindo consideravelmente.

O PROFESSOR

Kurt Lewin (1970), um psicólogo social alemão que se dedicou ao estudo dos procedimentos de grupo, afirma que um grupo se estrutura com base em posições e papéis a serem desempenhados. Uma posição é aquela que garante o "status", o poder, o reconhecimento dentro do próprio grupo. O professor tem uma posição que ainda carrega status, que é reconhecida e valorizada. Um papel é a forma como a posição é desempenhada e que garante o "espaço" dentro do grupo. Um "bom professor" é um papel; um "professor exigente", um "professor durão", etc., são todos papéis.

A introdução do computador na sala de aula é prevista como uma possibilidade de mudança profunda das posições e dos papéis existentes nos grupos das unidades de ensino. Hoje essa diferenciação já tem sido feita. O professor que usa computador desempenha um papel valorizado, ao contrário do professor que não usa, e que já é chamado de conservador, um outro papel.

Os esforços feitos até agora para fixar novos processos envolvendo o professor em sua atividade têm sido direcionados para prepará-lo para a nova tecnologia e não para tê-lo como membro de um grupo que acredite que o espaço vital do professor está ameaçado.

A psicopedagoga Maria Alice Leite Pinto destaca este aspecto que dificultou mudanças: "aqueles professores e educadores que têm se dedicado à arte de ensinar e não têm tido tempo ou oportunidade de acompanhar toda essa revolução, seres humanos com sentimentos, resistências, medos, dúvidas, incertezas, ambivalência, angústias, etc., e não raro com vários empregos, para assegurar sua sobrevivência. Esses professores foram convidados a se informar, a trabalhar, a mudar sua metodologia e a se adaptar para a nova era tecnológica. Eis, tão abrangente quanto me diz respeito, a grande diferença entre um grande número de escolas, mesmo aquelas que têm fornecido cursos de ciência da computação aos professores (que são poucas), chamados cursos de atualização. Mas nós nos atualizamos apenas sobre aquilo que já existe, se atualizar é modernizar, é repensar e questionar conceitos ultrapassados. Como então podemos nos atualizar sobre o desconhecido? E o que farei com meus sentimentos, elevados pelo que estou conhecendo agora? Será suficiente sermos forçados a freqüentar cursos de ciência da computação para nos tornarmos profissionais atualizados? Como ficará minha avaliação interna em relação a essa nova modalidade, em relação aos estudantes, às empresas que já dominam essa nova tecnologia, ao modo como eu tenho sempre ministrado minhas aulas?".

Nós acreditamos ser fundamental haver um momento inicial no trabalho com o professor para esse novo papel, uma vez que é de vital interesse para os estudantes a importância do professor na sala de aula, porque, como escreveu Cynthia Selfe (1998), citando Webb (1997): "qualquer tecnologia sem uma crítica pedagógica associada reforçará velhos axiomas. Se não ensinamos nossos alunos como usar a tecnologia criticamente, eles aplicarão seus conceitos tradicionais nas novas tecnologias." (pág. 73).

Essa mudança de atitude dos professores será adiada se insistirmos em trabalhar apenas em nível cognitivo; é necessário que trabalhemos também o lado emocional, já que o professor se deparará com uma situação a qual, por força do hábito, fará com que ele se sinta incompetente.

Vejamos algumas situações que irão requerer uma revisão da postura do professor:

· Tradicionalmente, em nossa imaginação, a sala de aula apresenta uma topologia na qual vemos o professor defronte aos alunos, fornecendo informações, conduzindo discussões, estimulando o debate e dividindo o espaço visual de cada estudante com, no máximo, membros de sua classe e o quadro negro, mas ainda tendo o professor como sendo o centro das atenções. Com a entrada do computador na sala de aula, esta topologia se modifica, já que ali haverá momentos em que alunos estarão de costas para o professor, o qual irá parar de ser o centro das atenções para estar no centro do grupo, dividindo espaço com uma atraente e rápida máquina, espaço esse que, por tradição, era seu.

· Nosso sistema educacional utiliza avaliações sistemáticas de modo a constatar o quanto o aluno aprendeu com base no que foi ensinado pelo professor, ou com base nas fontes por este indicadas e objeto de pesquisa por parte do estudante ou, ainda, de acordo com a própria percepção do aluno ao desenvolver um tema também indicado pelo professor. Com o computador sempre disponível para uso, o aluno tem à sua frente um volume de informação que pode gerar contradições com
informação fornecida por seu professor. Sabemos que ainda é grande o número de professores que não se dispõem a lidar com contradições. Supõe-se que há a possibilidade de essa contradição incentivar consideravelmente a necessidade de o professor conduzir a necessidade de rever seus conceitos, preconceitos e avaliar o estudante de acordo com sua capacidade de transformar informação em conhecimento, a qual entendemos ser o âmago do aprendizado. Conhecimento para
a vida e não para ser aprovado num teste.

· A liberdade que o estudante começa a ter com a introdução do computador na sala de aula é uma nova variante que necessita ser trabalhada com o professor. O conceito de disciplina precisa ser revisto.

· Uma vez que o aluno esteja em dia com suas tarefas, as quais podem ser verificadas por seu professor através do computador, o aluno não necessitará estar presente no período determinado para a aula, e o professor terá de entender que tal atitude não significa uma manifestação de insurreição, tampouco de indisciplina, porque o estudante poderia estar preparando tarefas para outras matérias, ou talvez fazendo nada.

· No modelo de autoridade usado, exercido pela posição de alguém em um grupo, a extensão do status significa a autoridade concedida. Parece-nos que o computador tornará também possível redefinir tal modelo. O computador possibilitará que a autoridade da posição adquira a dimensão apropriada e deixe espaço para a autoridade ser também exercida pela influência, pelo papel desempenhado em si.

Tal mudança pode inclusive chegar ao ponto de influenciar o estudante a entender a busca de conhecimento como uma tarefa que não é feita para agradar o professor, a escola, seus pais e a sociedade, mas como uma atitude a ser adotada para a vida toda.

· Será necessário trabalhar com o professor um novo conceito de dimensão temporal. O ano letivo não será mais medido em quantidade de horas/aula. Mesmo a carga horária dos professores deverá ser revista: 20 horas, 40 horas ou tempo integral? Além disso, quando o estudante estiver em contato com seu professor, através do e-mail, para esclarecer dúvidas, pedir orientações, enviar deveres de
casa, isso significará uma atividade em tempo integral para o professor ou não?

Sim, e isso é, em nossa opinião, uma das maiores dificuldades a ser superada: a necessidade do professor em restringir suas atividades de ensino ao espaço da sala de aula, já que necessita se locomover de uma escola para outra, por questões de sobrevivência.

Lewin (1970) afirma que quando a ansiedade se manifesta é sinal de mudança e de aprendizado. Entendemos que o momento é favorável porque os professores estão, a cada dia, mais conscientes da necessidade dessa mudança, e isso está gerando ansiedade. Ademais, pensamos que, num momento de transição como o de agora, seria mais apropriado captar energia para tornar apto a usar essa nova tecnologia aquele que já é professor. Isso irá nos possibilitar uma avaliação mais crítica e construtiva acerca do uso de tal tecnologia. Com o tempo teremos condições de preparar professores com visão ampliada da atividade de ensino.

ALUMNUS OU ESTUDANTE?

Alumnus (do Latim alumnus – pessoa talhada por outra).
Estudante (do Latim studium - compromisso, interesse, ardor, diligência).
Professor (do Latim profiteri, particípio: professus – declarar abertamente que professa alguma coisa).
Educação (do Latim educere – fazer sair de dentro para fora, criar).
Não queremos apenas brincar com palavras, mas pensar o quanto tais palavras podem influenciar relacionamentos.

Se existe um relacionamento professor/alumnus, bem como se há, por parte de cada um, atitudes coerentes com o significado de cada palavra, naturalmente está estabelecida uma relação de dependência, na qual um (o professor) determina o modelo e o outro (alumnus) o segue.

Se existe um relacionamento educador/estudante, bem como as conseqüentes atitudes, encontraremos aí mais dificuldades, vez que está envolvida maior responsabilidade por parte dos envolvidos.

Mencionamos acima a necessidade de rever a posição e o papel que os professores irão assumir com a introdução do computador na sala de aula.

Ainda assim, se quisermos que tal mudança se faça de forma planejada e alcance outro padrão de execução, será igualmente necessário que alunos e estudantes trabalhem para tanto. Há muitos anos a dependência professor/alumnus tem sido estimulada, sobretudo os métodos de avaliação que tentam medir o quanto o estudante absorveu as palavras do professor.

Crianças e adolescentes estão, hoje em dia, vivenciando uma situação ambígua com relação ao crescimento intelectual para sua educação: enquanto eles têm uma gama de informação disponível por meio de seus computadores (seus ou de amigos, ou em laboratórios da escola), mas não estão em contato com isso, nem no ambiente familiar (os pais também foram educados de acordo com antigos
métodos pedagógicos, os quais ainda acreditam estranho que crianças/adolescentes não tragam dever de casa da escola), nem no ambiente escolar, no qual o momento é de ansiedade e a tendência é de manter os comportamentos já existentes, ao final essas crianças e adolescentes farão o que Webb sentenciou: "uma nova tecnologia dissociada de uma pedagogia em estado crítico, que reforça velhos axiomas.".

É muito mais confortável para os jovens adotar o papel de alumnus, porque a total responsabilidade pela iniciativa de estudar, de determinar o que estudar ou de como estudar é de outra pessoa. Ele simplesmente tem de seguir o "manual" e, fazendo isso, será um "bom estudante".

Muitos professores/educadores têm tentado mudar esse relacionamento e, paradoxalmente, os alumnus/estudantes foram os que mais resistiram à idéia, vez que, se a mudança fosse realizada, haveria o rompimento de uma relação simbiótica.

A introdução do computador na sala de aula é um grande recurso e traz o momento para os estudantes desenvolverem sua autonomia, para assumirem a sua parcela de responsabilidade em seu aprendizado, objetivo desejado por muitos professores há bastante tempo, professores que terão um importante papel nesta mudança de nível operacional: de dependência para autonomia.

CONCLUSÃO

Nossa proposta foi convidar a pensar nesta presente e inevitável realidade: computador na sala de aula. Também não nos é suficiente estabelecer algumas considerações e questionamentos para fazer isto acontecer a partir de determinado momento.

Além disso, se queremos que esta mudança ocorra de maneira planejada, precisamos adaptar o professor, o estudante e o respectivo ambiente. Para atingir essa meta, propomos os seguintes pontos:

· Escolas não devem ser submetidas a conceitos como "maior é melhor" ou "menor é melhor", mas considerar qual tamanho é mais adequado levando-se em conta a comunidade na qual estão integradas.

· Salas de aula devem ser redesenhadas de modo a ali ser inserido o computador, ao invés de a máquina ser colocada em outro local, geralmente conhecido como Laboratório de Informática.}

· É importante que os professores sejam avaliados, não apenas com relação à sua familiaridade com as máquinas, mas também pelo modo como as usam, seus medos, sua ansiedade, suas dificuldades e, sobretudo, seus valores, de modo que não se sintam como se estivessem sendo substituídos.

· É importante estimular o estudante a valorizar o próprio aprendizado, sua curiosidade, a buscar uma atitude positiva de modo a romper sua dependência com relação aos professores.

BIBLIOGRAFIA

Bennett, F. - Computers as Tutors: Solving the Crisis in Education.

Obtido por meio da Internet

http://www.cris.com/~faben1/summary.shtml

Corominas, J. - Breve Diccionario Etimológico de la Lengua Castellana, Editorial

Gredos. Madrid, 1987.

Freire, P. - Educação para Mudança. Ed. Paz e Terra, RJ, 1982.

Lewin, K. - Problemas de Dinâmica de Grupo. Ed. Cultrix, SP, 1970.

Pinto, M.A.L. - Teacher x Computer. Obtido por meio da Internet

http://www.trait.com.br

Selfe, C. - To New it was of Learning and Teaching. Obtido por meio da Internet.

http://webpan.com/tracihv/thesis.htm





Mauro Nogueira de Oliveira

Consultor de Processos Grupais

Didata da Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos - SBDG

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