25/04/2017

Grupo T - a proposta de Gerald Mailhiot

Gerald Bernard Mailhiot, em seu livro Dinâmica e Gênese dos Grupos, nos apresenta uma proposta de Grupo T muito didática que vale a pena relembrarmos e considerarmos.

Vale salientar que Mailhiot escolheu a denominação “grupo de formação” para dissociar de dinâmica dos grupos e terapia de grupos e também por deixar mais claro para os participantes.

PARA que uma experiência em “grupo de formação” seja válida,  é preciso que ela se estruture em função dos objetivos fixados originalmente por Lewin para este instrumento de aprendizagem. Kurt Lewin não concluiu o “T-group”. Mas suas próprias descobertas o haviam levado, gradualmente,  a formular desde 1945 três objetivos para uma aprendizagem em relações humanas:

1. Oferecer aos participantes uma experiência em grupo restrito,  único contexto no interior do qual as relações humanas de todos os membros podem se estabelecer sobre uma base interpessoal;
2. Oferecer aos participantes uma experiência de Grupo centrada sobre a comunicação humana e suas exigências de autenticidade;
3. Oferecer enfim aos participantes uma experiência de Grupo durante a qual suas relações com as figuras de autoridade poderiam evoluir e tornar-se mais autônomos.

Como assinalamos antes, os conflitos com a autoridade são considerados por Lewin como a fonte mais frequente de bloqueios e filtragem de comunicação no interior dos agrupamento humanos.

Com o tempo estes objetivos definidos por Lewin foram se tornando mais precisos e claros. Atualmente eles são apresentados em termos que variam segundo os autores, mas no essencial se reencontram. Assim, o “grupo de formação” deve conseguir, segundo a opinião de todos, sensibilizar os participantes para relações interpessoais e assim torná-los conscientes dos processos psicológicos em jogo no funcionamento dos grupos. Este objetivo principal a ser alcançado dá um sentido ao que pode parecer arbitrário nas estruturas consideradas como essenciais à validade de uma experiência em grupo de formação.

FALAR de estruturas a propósito do grupo de formação presta-se a equívocos, pois o grupo de formação é, essencialmente, uma situação de Grupo sem estruturas intrínsecas. Retornaremos ao assunto mais adiante. No momento trataremos de estruturas extrinsecas.

A) Quanto à duração, uma experiência em grupo de formação deve comportar um mínimo de 20 horas de sessões, sendo o ideal quarenta horas.
B) Quanto ao número de participantes, um grupo de formação deve contar um mínimo de dez participantes e um máximo de vinte,  sendo o ideal de doze a quinze.
C) Quanto à composição dos participantes, as pesquisas sobre este ponto estabeleceram que quanto mais heterogêneo o grupo maiores as possibilidades de aprendizagem. Sobretudo, quanto mais diferentes os tipos de trabalho e de vida dos participantes,  mais lentamente decorre a experiência, mas, por outro lado, há mais possibilidade para que o clima de Grupo favoreça as comunicações abertas e confiantes entre os participantes. Uma experiência em grupo de formação,  tentada em meio homogêneo, por exemplo, no interior de um mesmo ambiente de trabalho, arrisca ficar muito cedo comprometida pela apreensão de eventuais represálias da parte daqueles participantes que reencontram, depois da experiência, um status de autoridade no meio.
D) Quanto ao contexto espacio-temporal da experiência, é importante que seu início e seu termino sejam previstos, que os momentos e a duração de cada sessão sejam fixados, que a experiência seja vivida em um mesmo lugar determinado e reservado ao grupo para a duração inteira da experiência.

O GRUPO de formação não é estruturado senão de fora. Pois ele define-se para os participantes essencialmente como uma situação de Grupo sem estruturas internas, sem tarefas a realizar, sem autoridade reconhecida. O grupo de formação não é um grupo de trabalho centrado sobre uma tarefa a realizar; não é um grupo de discussão com temas a explorar, problemas a resolver ou a debater.

OS PARTICIPANTES são convidados pelos responsáveis, desde o início da experiência, a se perceber como possuindo todos um status de igualdade enquanto dure a aprendizagem. Devem, pois, o mais cedo possível, deixar cair suas máscaras e despojar-se dos personagens que a sociedade os obriga a representar na vida real. Não estando submetidos a nenhuma autoridade, nem constrangidos por nenhuma estrutura,  nem pressionados por nenhum prazo, devem considerar-se livres para dispor, à sua maneira, das horas que durará a experiência, tentando se comunicar entre si, para além dos status, das funções, das situações privilegiadas que habitualmente ocupam em seus grupos respectivos, isto é, comunicar entre si, de pessoa a pessoa, e não mais de personagem a personagem. Para facilitar este clima de liberdade, e de espontaneidade de expressão, alguns práticos da dinâmica dos grupos preconizam mesmo que se estabeleça como regra o uso exclusivo do modo familiar de tratamento entre os participantes.

OS PROFISSIONAIS responsáveis pela experiência (eles devem ser dois, de preferência, segundo a opinião da maior parte dos autores), contrariamente às expectativas do grupo, devem recusar-se a representar certos papéis tradicionais e assim desencorajar toda relação de dependência que o grupo queira estabelecer com eles. Estes papéis são os seguintes:

A) Devem recusar-se a assumir a liderança do grupo,  não delegando tarefas nem sugerindo temas de discussão.
B) Devem recusar-e a ser o conselheiro do grupo, isto é, não orientando o grupo nem prevenindo-o dos tropeços contrários ou fatais à sua evolução.
C) Enfim, devem recusar-se a servir de agente de informação para o grupo, o que significaria, no caso, interferir om exposições ou considerações teóricas.

POR OUTRO lado, os responsáveis pela experiência devem assumir certo papéis chaves de modo a criar um clima de crescimento e de aprendizagem. Estes papéis são:

A) Assumir o papel de catalisador,  por suas atitudes de presença ao outro, de respeito aos ritmos e momentos psicológicos de cada um, de abertura e de acolhimento a toda tentativa de expressão de si, de aceitação das dificuldades que sentem alguns participantes ao se defrontarem com novos modos de comunicação com o outro. Tornam-se essencialmente catalisadores para o grupo na medida em que conseguem criar um clima de confiança total entre os participantes. Por seu próprio estilo de intervenção ele ensinará aos outros a prática da liberdade de expressão no respeito ao outro.
B) Além disso, devem tornar-se a consciência e a memória do grupo. Os responsáveis assumem estes papéis complementares e no momento que lhes parece indicado, isto é, quando percebem o grupo como receptivo ou quando alguns participantes deixam de colocar-se na defensiva, tentam descobrir a significacao psicológica daquilo que vivem no nível interpessoal. Assim,  por referência exclusiva ao vivido, os participantes descobrem o que neles constitui um obstáculo, no momento, às suas comunicações, isto é, as fontes de bloqueio e de filtragem que os impedem de estabelecer entre eles relações totalmente autênticas.
C) Mas o papel fundamental que os responsáveis devem assumir é o de agente de formação. Por uma presença profissional nos esforços, aspirações e motivações dos participantes para crescer e aperfeiçoar-se, no plano de suas relações interpessoais, eles conseguem tranquilizar suficientemente os participantes, facilitando revisões críticas que libertem neles sua tendência fundamental à atualização de si. Para se tornarem agentes de formação adequados, não lhes é suficiente ser permissíveis e tranquilizadores, será necessário além disto, pela qualidade de sua presença verbal e não verbal a cada um dos participantes, tornarem-se modelos de autenticidade interpessoal.

Fonte: Dinâmica e Gênese dos Grupos - Ed. Livraria Duas Cidades, 1991.

18/04/2017

Lá concepción del liderazgo en Kurt Lewin


                   La concepción del liderazgo en Kurt Lewin

                                                                                                                               Horacio C. Foladori

                                                                                                                                      
1. Introducción
Cuando se  abre la posibilidad de pensar  al grupo como una nueva unidad  de estudio -  la que define a su vez a la psicología social - una serie de fenómenos nuevos  se hacen presentes  en el campo en cuestión, ya que era imposible percatarse de su existencia  mientras la psicología  no abandonara  el estudio del individuo. De la gran variedad de fenómenos que  aporta la investigación sobre el grupo como totalidad, el estudio sobre  el liderazgo cobró  singular relieve por varias razones:

Por un lado, el predominio  del enfoque individualista tendió a identificar en el grupo, el que aparecía como una masa informe y contínua,  individuos y sus funciones, probablemente como una manera de  comenzar por lo conocido. Dicho de otro modo, la ideología imperante en la psicología   no permitía  que el grupo pudiese ser considerado como una entidad de otro orden, diferente a la que  se venía abordando. Así, la primera forma de contacto con el  fenómeno del grupo  dice relación  con un abordaje colectivo, vale decir, pensar al grupo como una agrupación de individualidades.

Por otro, el problema  de la eficiencia estaba planteado, sobre todo  en espacios empresariales, industriales y productivos en general , en el que hay que incluir también, aunque  pertenece a otro órden,   al sector educacional. En este proceso Elton Mayo cobra singular relieve ya que es él quien , por sus descubrimientos,  muestra la existencia de fenómenos típicamente grupales. Lewin no puede dejar de considerar  estos antecedentes.  El grupo  suponía  poder modificar  los resultados  del proceso productivo y de aprendizaje, introduciendo una variable  que debería ser estudiada. Las urgencias del sistema capitalista pronto contaminaron  los estudios de los grupos y sobre todo de la influencia recíproca entre los integrantes, leído siempre en términos  de productividad.

Un tercer factor interroga  también al grupo y  cuestiona profundamente su propia naturaleza así como su razón de existencia, sitúandose  en una vertiente que pretenda explicar las fuerzas en juego y la dimensión de los vínculos interpersonales al interior del grupo. Es la pregunta por el "instinto gregario" para algunos, por los lazos libidinales para otros, dependencias, pertenencias, afiliaciones, segregaciones, en fin, toda una gama  de nociones que pretenden evaluar las condiciones  que posibilitan la constitución del grupo así como su duración. Dice Lewin (1939:133)" A la psicología le costó mucho tiempo descubrir que un todo dinámico (habla del grupo)  posee propiedades diferentes de las propiedades de sus partes o de la suma de sus partes. (...) El todo no es "más" que la suma de sus partes, sino que tienen diferentes propiedades. El enunciado debiera ser: 'El todo es diferente de la suma de sus partes' ".

Lewin  coloca al grupo como unidad de análisis he ahí  uno de sus logros. Pero esta unidad le interesa por cuanto  puede ser esdudiada en su conflictiva interna, , fuerzas  (abstractas) contrapuestas que responden - en su modelo fisicalista - a la inercia  imperante  en cada coyuntura. El mecanicismo da cuenta por tanto de la movilidad del grupo   en tanto  esta es permanente, siempre girando alrdedor del problema del cambio, idea central que tomaran otros investigadores.

El liderazgo  se sitúa a mi juicio  en el entrecruzamiento  de estos  tres ejes por cuanto  aparece  como lo que se diferencia emergiendo del grupo, como aquel  que hace laborar al grupo , organizarlo en aras de un determinado objetivo que lo ha reunido, y, por último, también es el que  concita y desencadena estados particulares, a veces regresivos manteniendo en muchos casos lazos  muy profundos con sus seguidores.

2. Liderazgo  y proceso productivo.

Lo anterior demuestra   que el tema  del liderazgo  no haya pasado desapercibido desde un inicio y que  su estudio ofresca  jugosas recompensas tanto en el terreno de la producción ( en sentido amplio) como en el de la organización  y control social.

No existe una clara diferencia entre líder y jefe. Mas bien , en una concepción  organicista ( el grupo es para Lewin un cuerpo ) las definiciones  colocan el acento en cierta funcionalidad,  que tiene que ver con la cabeza ya sea de un grupo o de una institución. En ambos casos hay un trabajo por realizar cuya encomienda  se le carga  al conductor. Podríamos acordar primariamente,  una definición de liderazgo del tipo de : El proceso mediante el cual  un miembro del grupo (su líder) influye a los otros miembros hacia el logro de objetivos específicos grupales .

Para Kurt Lewin, quien ha avanzado  titánicamente  en  una propuesta de formalización, de matematización de la psicología social, el grupo se constituye como un campo que hasta podría ser puesto en una fórmula matemática  en función  de los vectores  de fuerza y  de sus intensidades que lo atraviesan.

El liderazgo entonces no aparece necesariamente  destacado  en  esta esquematización. De hecho , no lo trata como tema central  en ninguno de sus textos. Pero por otro lado, ciertas urgencias políticas de los Estados Unidos, país que lo ha acogido como refugiado,  no pueden dejar de  interrogarlo acerca de una duda "existencial" de una persona implicada. Son los años de la guerra . Cierta pugna por la validez de los sistemas sociales  y de los mecanismos de ejercicio del poder conforman las discusiones cotidianas. No es posible  permanecer al margen  y menos para la ciencia que es convocada una y otra vez a dar respuestas  acerca de problemas contingentes que la guerra plantea.

Desde otro ángulo, K. Lewin analiza la incidencia del grupo sobre el individuo  y las ventajas de leer al individuo desde el campo que el grupo ofrece. (Lewin 1939 : 141) "La observación del grupo proporcionará más y mejor material para la caracterización de la posición y el papel del individuo dentro del grupo; determinará,  por consiguiente, el significado de su conducta, con mayor precisión de la que se conseguirá observándolo más o menos como una entidad separada". Sostiene  la amplitud de la información que se podría obtener así como la precisión de las conclusiones.

Y agrega una nota a pie de página que es  aplicable por entero al caso del liderazgo, cita en la cual se adelanta  como un visionario a  los desarrollos que impulsará Pichón-Rivière  quince  años después: "El acentuar el enfoque de campo en relación con la técnica de la búsqueda de hechos en psicología social no excluye, por supuesto, la posibilidad de que bajo ciertas condiciones el comportamiento de un individuo pueda ser tratado como un síntoma de ciertas propiedades del grupo". Si bien la cita no remite  explícitamente  al problema del liderazgo, la palabra síntoma utilizada en dicho contexto abre a una serie de posibiilidades. No es necesario entender allí una concepción  psicoanalítica del síntoma ( aunque  se sabe que Lewin conocía al psicoanálisis) sino simplemente sostener  el criterio mas tradicional de síntoma como señal de enfermedad. As, el síntoma individual,  sería aquel que  a raíz de las propias fuerzas grupales en juego, adopta  en el grupo  un lugar resistencial. En todo caso, un lugar diferente  a través del cual algo es señalado. Pero si de fuerzas se trata , el síntoma es el lugar donde el  conflicto se pone de manifiesto.

De este modo,   abre a todo el problema de la depositación . El síntoma aparece ya como un lugar privilegiado y donde las condensaciones han tenido lugar. No es dificil suponer que el líder puede ser  el que ocupe dicho lugar con lo cual  se estaría  anunciando  la posibilidsad  de comprender el liderazgo  desde un ángulo muy diferente  al que  connota la práctica  de la psicología social durante los últimos años.

3. El problema  de la historia

La historia para K.Lwin es entenida en términos de causalidad, tiene que ver con lo que ha sucedido antes y que da cuenta  lógicamente  del origen del fenómeno. ¿Cómo aislar entonces el momento presente, para marcar toda su trascendencia? Lewin tiene que  rescatar el presente considerando la historia pero no de manera defintiva  lo que convertiría al presente en un puro efecto ( causa)  del pasado, así como el antecedente el futuro.

Tal sea por ello que  una  de las críticas más   contundentes que se le realiza   al cuerpo nocional lewininano tiene que ver con su concepción del tiempo. El énfasis que Lewin ha puesto  en los factores actuales ha llevado a diversos comentaristas a afirmar que  la historia no tiene ningún lugar en la teoría del K. Lewin. Se trata de trabajar en el hic et nunc, énfasis  puesto por el propio Lewin. Ahora bien, creo que tal crítica solamente da cuenta de la dificultad de los discípulos para comprender  los desarrollos del maestro.  Se trata de una lectura demasiado literal de lo formulado por Lewin,  que deja fuera buena parte de la conceptualización metodológica acerca de  las coordenadas que determinan   el valor de la causa histórica.

Ahora bien,  el caso es que no puede ser de otra manera, cuando se dice que la totalidad  (actual) de los fenómenos del campo  son los que dan cuenta  de un determinado fenómeno, necesariamente se está incluyendo entre dichos fenómenos las diversas variables históricas que tienen presencia  de una u otra forma  en ese momento actual.  No hay posibilida de operar sobre la historia sino es desde el presente. Lewin (1939: 139) trata el tema de manera poco analítica y sin embargo   es pertinente dimesionar  los alcances  de sus propuestas : "Tanto la psicología como la sociología contienen problemas "históricos" y ahistóricos ("sistemáticos") íntimamente entretejidos. A diferencia de la psicología, la sociología ha luchado repetidamente, casi desde un principio, contra el excesivo énfasis puesto en el aspecto histórico de sus problemas. La transición hacia construcciones dinámicas hace necesario contemplar este problema  lo más claramente posible. No es tarea de la sociología ni de la psicología eliminar el aspecto histórico de sus problemas. Por el contrario, la teoría del  campo no puede dejar de tener en cuenta el caracter histórico de cada hecho y su específico marco histórico".

Me gusta leer en  esta cita una diferencia entre el momento  de la práctica en el cual  la causa histórica no puede ser trabajada y el momento del análisis en el cual  el caracter histórico y el marco histórico sí  se constituyen  en variables a ser consideradas en las determinaciones de los hechos. Años después, el análisis institucional introdujo  la diferenciación entre campo de análisis y campo de intervención , discriminación  muy útil ya que permite  deslindar  entre otros factores, el problema  del manejo de la causa histórica y de su conceptualización.

4. El experimento central sobre liderazgo

El estudio rector realizado  sobre el tema del liderazgo ,  se configuró de la siguiente manera: (Schellenberg 1978:88) "El estudio más famoso de grupos inspirado por Lewin fue la investigación sobre climas sociales de grupo llevada a cabo en 1938 y 1939 en la ciudad de Iowa por R. Lippitt y R. White. Dispusieron varios grupos de niños jugando bajo diferentes estilos de liderazgo adulto. El primer bloque de estudios comparaba los resultados entre los esquemas autocrático y democrático de liderazgo. Un segundo bloque incluía estos dos estilos más el de "laissez-faire", un tipo de liderazgo no directivo comparado con el estilo centrado en el líder (autocrático) y con el centrado en el grupo (democrático)".

El experimento supuso llevar  adelante minuciosos registros de observaciones de  las acciones y las repercusiones en cada tipo de grupo. Los niños  participaron  en grupos conducidos de diversas maneras a los efectos de visualizar el impacto de determinadas acciones según el tipo de liderazgo. La conclusión de Schellenberg reza :"Los resultados de estos estudios se han aducido con mucha frecuencia para mostrar las ventajas de la democracia sobre la autocracia. Por ejemplo,  bajo el liderazgo autocrático, se producía menos iniciativa y mayor agresión contra los compañeros que en el resto de los tratamientos. Los grupos dirigidos democráticamente eran los mejores en estos aspectos y además eran los más preferidos por la mayoría de los niños. Los grupos "laissez-faire" mostraban una carencia en objetivos e insatisfacción que no se daban en los grupos democráticos ".

La relación entre la forma de conducción y los comportamientos agresivos (efecto de la frustración) es el objetivo de la presente investigación . Los resultados muestran  que las variaciones  de las manifestaciones agresivas tienen que ver directamente con los climas grupales que se han establecido a partir de los estilos de liderazgo. Para Anzieu (1971:61), la popularidad  que adquiere la experiencia  se debe a que permite responder a "la pregunta  que  preocupaba entonces a los defensores de la democracia" ¿Cómo pudo producirse, desde un punto de vista psicológico, un fenómeno colectivo como el nazismo?"

En la pregunta de Anzieu se cuelan   tácitamente un par de cuestiones. La mas evidente  tiene que ver con  la producción de sujetos autoritarios, deshumanizados, que operan con un sistema de obediencia ciega etc. y de que manera  cierto ripo de  conducción grupal el grupo podría constituirse en una fábrica de ellos. Este problema  no menor reflexiona tanto sobre la necesidad d einvestrigar  el aspecto de masa que podría estar  como elemento constitutivo en todo individuo   así como  el factor grupo en la construcción actual  de la individualidad. Otro  problema que  se puede deducir de la pregunta de Anzieu tiene que ver con el problema  político, con la democracia, autocracia y autogestión, y de qué manera  la política pudiera ser investigada  y modificada  desde la psicología social. Tema crucial  para los defensores de la democracia que requieren de la legitimación - ahora por la vía científica - de su sistema.

Hay que señalar que  estos experimentos causaron  interés en todo el medio norteamericano  repercutiendo significativamente en diversas actividades cotidianas. Deutsch y Krauss ( 1970: 55), discípulos directos  de Lewin, señalan que este experimento "Contribuyó además a estimular cambios en el tipo de liderazgo en grupos industriales, educacionales y militares, y determinó el surgimiento de programas de entrenamiento en relaciones humanas, ampliamente utilizados para ayudar a la gente a capacitarse para el liderazgo de grupos".

Estas experiencias  estimularon otras. Por ejemplo,  Serraf (1971) realiza  un experimento similar pero con adultos en grupos de trabajo en los que evalúa el grado de satisfacción personal  y el grado de satisfacción en relación con  el rendimiento ante el trabajo.

5. Análisis del experimento.

Este relato, más o menos  reproducido de manera similar  en muchísimos  textos de psicología social,   permite  aproximarse  a la concepción del liderazgo en K. Lewin,  así como  a su idea de grupo. Veamos algunos de sus  ideas  que son deducibles de la forma  cómo se realizó el experimento.

1. El grupo es  conformado por el experimentador, desde afuera de él y según intenciones y parámetros muy precisos. Incluso el  experimentador no se incluye en el grupo, opera desde una cierta distancia diseñando  las estrategias que otros (en este caso los líderes adultos designados) tendrán que implementar sobre niños. El experimentador mueve los hilos de su diseño.

2. La relación adulto-niño  no puede ser más especial  ya que  supone un determinado control  de  la situación, manejo del poder  según un modelo previsto. Los niños no están en igualdad de condiciones  con los adultos, se encuentan en una situación de dependencia:  se podría inferir además,  la movilización en los niños  de  esquemas  familiares y  escolares, estereotipos diversos,  etc.

3. El líder  es un sujeto introducido en un grupo. Se trata de una intromisión  que tiene una misión muy precisa: aquella de organizar el funcionamiento grupal  a los efectos  de  alcanzar cierto objetivo  que se relaciona con la productividad. Este líder plantea su estrategia, la desarrolla siempre de manera autocrática ya que la impone, más allá que la estrategia prevista  pueda ser democrática o laissez-faire. Dice Milhiot (1971:121) "Ahora bien, la situación experimental  y el investigador (que impone siempre la tarea  y las modalidades de ejecución ) constituyen una variable extremadamente importante".Todo se impone  porque el líder  ingresa al grupo con el cometido de hacer trabajar al grupo de esa manera particular. El lider opera con las fuerzas, es el individuo que sabe de eso, de cómo mover los hilos  de manera precisa en cada  coyuntura.

4. En tanto  el líder no hace la tarea sino que "favorece" que el grupo pueda asumirla, se podría deducir que  el líder  en realidad cumple funciones de técnico, de especialista, de asesor del grupo para que el mismo  se  pueda organizar  y trabajar. En todo caso , la ambigüedad  se hace presente ya que según el tipo de liderazgo (por ejemplo, el autocrático), el grupo debe acatar las directivas impuestas,  con lo cual  el líder se convierte en el principal ejecutor de la tarea. Se puede apreciar que hay  dos funciones  superpuestas : la  función de líder y la función técnica.

5. En todo caso,  queda claro que  el éxito  de la eficacia grupal en los tres modelos  tienen que ver  de manera importante con las características  de manipulación  del líder de turno ya que el líder asume la responsabilidad de que el grupo funcione, de que trabaje según el esquema previsto. O sea que para Lewin el grupo requiere de una aproximación que fuerce cierto destino.

6. Teorías sobre el liderazgo

El abordaje de la problemática del liderazgo  pone en circulación  un conjunto de ideas  acerca de su existencia, de sus orígenes  y de la forma de concebir -  como ya vimos -   al grupo mismo. Veamos estas relaciones que dan cuenta  de  dónde se pone el énfasis:   o en el líder- como persona - o en el grupo - con lo cual el líder aparece como una función de éste.

a. La teoría de los grandes líderes

Si se supone que el grupo  es solamente un agrupamiento de personas, elfenómeno del liderazgo resulta  inabordable. ¿Cómo dar cuenta de  esa figura que encarna  el poder de decisión  de  un colectivo amplio ? Es más sencillo   partir  desde otro lado: el estudio del liderazgo  se debe realizar  como un estudio de la psicología diferencial, vale decir,  precisar  cuáles son las condiciones que cumplen  los grandes líderes de la historia, cuál es el denominador común  que atraviesa dicho lugar, en el supuesto de que  dichas características están ya en los hombres,  son características propias,  personales, incluso se puede nacer con ellas.

El resultado inmediato  es pensar que el líder es algo que hay que agregarle al grupo para que  el colectivo - ahora adecuadamente guiado -  pueda realizar su labor. Es válida así la imposición del liderazgo. Se trata del requerimiento de condiciones fijas, permanentes  y sin posibilidades de cambio ya que  se ha construído un cierto perfil del líder, el que se aplica por igual en todos los casos. El líder esentonces pensado en términos de características individuales, más allá del grupo. Es un elemento que el grupo necesita y por ello, hay que buscarlo en el espacio extragrupo. En esta concepción, el grupo aparece colocado en segundo lugar ya que lo importante verdaderamente es el líder; él es el que puede  conducir a la masa intgegrada por aquellos que no poseen  ese don que es el de ser líder. Entre los estudios realizados sobresale una cualidad  imprescindible para poder ser líder: la flexibilidad. Esta cualidad es lo que permite,   por un lado,  que el líder lo  pueda ser de una amplia gama de tareas que el grupo deberá enfrentar, y por otro, la flexibildad tiene que ver  con  la capacidad de  congeniar una vasta  gama de demandas de los integrantes d ela masa, depositadas en el lugar del liderazgo.

b. La teoría de la función

Si el grupo es una unidad  diferente a la suma de las partes que lo componen, entonces el liderazgo  tienen que ver  con una determinada función que es necesario  realizar. Como dice Maisonneuve (1968:66) "En esa perspectiva, el liderazgo no será considerado según  una perspectiva estática y estrechamente individualizada, sino como un sistema de conducta requerido por y para el funcionamiento del grupo, como una condición  y una cualidad dinámica de su estructuración".

En este caso,   si bien no es necesario que  el líder pertenezca a la estructura grupal, el campo de fuerzas determina un lugar que debe ser llenado por alguien. Cada grupo entonces, según su propia dinámica construye dicho sitio. Ahora bien, para este caso lo fundamental es que el lider sea aceptado y ello tiene que ver con la manera en cómo el líder  pasa a cumplir las condiciones del lugar en que se situa. Esto significa  pensar en el principio de autoridad ya que el líder   aparece como el miembro que  ejerce la  más fuerte influencia.  Esta posición se moviliza por tanto,  en torno a definir  cuáles son los rasgos principales  que más comunmente son descubiertos pero como características de la función, del perfil requerido para cumplir la función,  no de la persona.

K. Lewín se inscribe en  esta línea de pensamiento ya sea  por su concepción  de grupo  como también  por  la manera en que  sostiene  los experimentos sobre liderazgo. El "índice de aceptabilidad"  que daría cuenta  de cómo el líder impuesto es recibido,  es formulado  en terminos de cohesión ya que  es desde allí que puede pensarse  la forma en como el grupo se enfrenta - integrado - a la tarea que tiene que resolver. El líder, por ende, cumple un papel esencial  en mantener la cohesión, primer aspecto de la función que determina a su vez el rol. El líder aparece como una nueva fuerza impuesta, con una función reordenadora de las mismas. Por ello, podría decirse que el individuo en realidad  cataliza algo ya dado en el espacio grupal, un cierto conflicto que  hay que encauzar. Por ello creo que Lewin  toma cierta distancia con la idea de este lider-individuo  que si bien está colocado allí  arbitrariamente, aterriza en un mar de contradicciones ya constituídas.

Bibliografía:

Anzieu, D y Martin, J.Y. (1971) La dinámica de los pequeños grupos, Kapelusz, B.A.
Deutsch, M. y Krauss, R.M. ( ) Teorías en psicologia social, Paidos, B.A., 1970
Lewin, Kurt (1939) Teoría del campo y experimentación  en psicología social, Cuaderno Nº 10 del Instituto de Sociología de la Fac. de Filosofía de la UBA, 1958
Lewin, Kurt ( 1951) La teoría del campo en la ciencia social,  Paidos, Barcelona,  1988
Mailhiot, Bernard (1971) Dinámica y génesis de los grupos, Ed. Marova, Madrid, 1980
Maisonneuve, Jean ( 1968) La dinámica de los grupos, Proteo, B.A., 1969
Schellenberg, James (1978) Los fundadores de la psicología social, Alianza Ed., Madrid, 1981
Serraf, Guy (1971) Efectos de los estilos de conducción sobre los grupos de trabajo según la experiencia de Lewin,   Lippitt y White, Dinámica de los grupos pequeños, Kapelusz, B.A.

agosto 2002


Kurt Lewin - um pouco da trajetória

Kurt Lewin (1890-1947) Expandindo a visão da Gestalt

In História da Psicologia Moderna
C. James Good

Kurt Lewin foi Contemporâneo dos “três grandes” da Psicologia da Gestalt – WERTHEIMER, KOFFKA e KOHLER – e, embora não se considerasse um psicólogo Gestaltista propriamente dito, reconheceu sua dívida para com “essas destacadas personalidades[...] As ideias fundamentais da Teoria da Gestalt são a base de nossas investigações no campo da vontade, do afeto e da personalidade” (citado em Marrow, 1969, p. 76). Como os Gestaltistas , Lewin construiu sua teoria em torno de conceitos provenientes da Teoria de Campo, além de tomar emprestadas várias ideias Gestaltistas no que se refere à percepção e à cognição. Porém, enquanto os Gestaltistas tendia a concentrar se na percepção, na aprendizagem, na cognição e em seus correlatos neurológicos, Lewin estava mais interessado na motivação, na emoção, na personalidade e em seu desenvolvimento, além da influência das forças sociais sobre a ação humana. Os investigadores que atualmente pesquisam essas áreas são unânimes em afirmar que Lewin foi um pioneiro em todas elas.

a pronúncia correta do sobrenome Lewin em alemão é “la-vin”, mas ele começou a pronuncia-lo “lu-in” depois de chegar aos Estados Unidos. Aparentemente, os colegas e amigos de seus filhos usavam a segunda pronúncia, à inglesa, e Lewin decidiu poupar aos filhos a irritação de ter que explicar continuamente “aos amigos, por que o sobrenome da família se escrevia Lewin mas era pronunciado Lavin” (Marrow, 1969, p. 177)

Juventude e carreira
Lewin nasceu no dia 9 de setembro de 1890 na pequena vila prussiana de Mogilno, hoje parte da Polônia. Filho de um comerciante, foi criado num ambiente que aliava o relativo conforto da classe média ao antisemitismo aprovado pelo estado. O fato de estar no lado receptor de discriminações autorizadas, instigou em Lewin o forte senso de justiça social que caracteriza a sua carreira. Em 1905, a família mudou se para Berlim onde o potencial intelectual de Lewin atingiu sua plenitude. Inseguro quanto à sua vocação, passou um semestre em Freiburg e outro em Munique estudando medicina e biologia, até decidir emular seus professores e tornar-se um ele mesmo. Assim, voltou a Berlim e obteve um doutorado sob a orientação do mentor mais significativo deste capítulo, Carl Stumpf. Que Lewin tinha o professor na mais alta conta é algo que fica claro com a leitura de um obituario que escreveu, no qual situava Stumpf no “nível mais alto da pirâmide dos psicólogos que conduzem pesquisas” na Alemanha (Lewin, 1937, pg. 189). Stumpf angariou a mais alta estima de Lewin apesar de ter mantido com ele pouco contato pessoal. Lewin não se lembrava, por exemplo, de ter discutido sua tese com Stumpf durante os anos em que se dedicou à sua pesquisa de doutorado, a não ser no momento da defesa! E,  generosamente atribuía essa atitude distante à disposição de Stumpf de dar a seus alunos ampla liberdade para trabalhar. Embora o admira se muito, Lewin adotava a postura oposta no que se refere a isso, tendo sempre supervisionado ativamente as pesquisas de seus alunos (Marrow, 1969).
Lewin concluiu sua tese num momento de importância capital: o início da Primeira Guerra Mundial. Como cidadão leal à pátria, alistou se no exército em 1914 e passou vários dos anos seguintes tentando sobreviver à brutal guerra de trincheiras que dizimou uma geração de jovens europeus. Ele entrou como soldado raso e saiu como oficial, foi ferido uma vez e foi condecorado com a Cruz de Ferro alemã. Em 1917, enquanto estava de licença para se recuperar dos ferimentos, refletiu sobre suas experiências e escreveu “The War Landscape”/A paisagem da guerra, um artigo que continha as sementes de muitos de seus conceitos posteriores. Numa distinção semelhante à que depois seria feita por KOFFKA entre os ambientes geográfico e comportamental, Lewin assinala que os mesmos objetos do ambiente podem ser fenomenologicamente diferentes, dependendo de sua inserção na paisagem da guerra ou na da paz. Uma picada na floresta, por exemplo, que em tempos de paz poderia gerar bem estar e relaxamento, torna-se potencialmente fatal em tempos de guerra pois pode servir de esconderijo para os inimigos. Ou seja, o mesmo ambiente físico pode ser percebido de duas maneiras completamente distintas.
Quando a guerra terminou, Lewin retornou ao Instituto de Psicología de Berlim. Em 1921, tornou-se instrutor e ali permaneceu até 1933. Ao longo desses anos, desenvolveu suas  ideias e seus programas de pesquisa, atraindo muitos alunos talentosos para a pós graduação e criando fama internacional. Além disso, tornou-se amigo de wertheimer e de KOHLER e também conheceu KOFFKA. Como disse seu biografo, embora “nunca tenha sido um Gestaltista ortodoxo, tornou-se uma força vital para o novo movimento, contribuindo para este com seus insights especiais” (Marrow, 1969. P13).
Lewin permaneceu em Berlim até 1933, quando seu status de herói de guerra deixou de valer mais que o ônus da sua herança Judaica. Ele já era famoso nos Estados Unidos, pois dera um instigante pronunciamento como convidado no Congresso Internacional de Yale, em 1929, além de haver passado seis meses como professor visitante no departamento de Terma em Stanford.

Depois que chegou aos Estados Unidos e com a ameaça nazista cada vez mais evidente, Lewin  tentou desesperadamente providênciar a e migração da mãe, primeiro para os Estados Unidos e depois para Cuba, mas não teve sorte. Em 1943, ela faleceu num dos campos de concentração nazistas (Marrow, 1969).

Robert Ogden, um dos primeiros convertidos aos Gestaltistas e um dos principais responsáveis pela ida dos Gestaltistas para os Estados Unidos, arranjou para que Lewin passasse dois anos em Ithaca. Em 1935, ele se mudou com a família de Nova York para Iowa e ali juntou se à equipe da Child Welfare Research Station, um centro de pesquisa voltado para o bem estar da criança ligado à Universidade de Yowa, porém separado do departamento de psicologia. O centro fora criado em 1917 para estudar o desenvolvimento de crianças normais e treinar pesquisadores do desenvolvimento infantil. Lewin permaneceu ali por nove anos, mudando se para Boston em 1944, depois de conseguir levantar financiamento para criar o Research Center for Group Dynamics com sede no Massachusetts Institute of Technology. Logo depois de começar seu trabalho ali, Lewin morreu subitamente de um ataque do coração em fevereiro de 1947.