23/02/2015

Trajetória

MAURO NOGUEIRA DE OLIVEIRA

De onde vim, onde estou.
Nasci em Porto Alegre/RS. Em 21 de agosto de 1949. 
Logo em seguida, em razão de compromissos profissionais de meu pai, Nestor Braz de Oliveira, nos mudamos para Cachoeira do Sul, onde nasceu minha irmã, Diney Adriana Nogueira de Oliveira. E onde ficamos, até eu ter completado 5 anos de idade, quando voltamos para Porto Alegre, novamente por proposta profissional recebida por meu pai.
Em Porto ficamos até 1959, quando nos mudamos para Jaguari, cidade que já havia recebido meu pai e minha mãe, Zalenka Nogueira de Oliveira, antes de meu nascimento. 
Em Jaguari, completei o, na época, primário e ginásio. 
Este período de minha vida foi riquíssimo. Viver em uma pequena cidade do Interior gaúcho, com uma praia de rio maravilhosa e amigos que ficaram guardados na memória e no coração foi de um valor incalculável. 
Em Jaguari aprendi a nadar, a tocar violão, a dançar,  jogar futebol, a gostar de banda marcial, a fazer serenata, a jogar pontinho na torre da igreja e a me apaixonar perdidamente. 
Além de todos estes aprendizados, o maior foi ter um contato quase que diário com o cinema, pois havia um na cidade, "Cine Teatro Ideal" e minha mãe, cinéfila de carteirinha, diante da possibilidade de fechamento do cinema, o alugou. 
Lá vivi a primeira sensação de estar trabalhando: em  família realizávamos todas as etapas, até a projeção na tela.
Até hoje, não consigo assistir Cine Paradiso, sem experimentar emoções muito fortes. 
Outro aprendizado marcante foi que, Jaguari tinha em sua cultura, a convivência simples e fácil, entre os diferentes grupos que existiam na cidade. Todos se conheciam pelo nome e o balneário Fernando Schiling facilitava as relações . As marcas dos calções e dos maiôs não nos diferenciava. E esta convivência se estendia para todos os outros ambientes da cidade. 
Com 16 anos voltei para Porto Alegre para continuar meus estudos,  voltando a Jaguari somente nos períodos de férias escolares. 
O período de estudante em Porto Alegre, morando na pensão da Dona Elza, na Jerônimo Coelho e  na pensão de Dona Madalena, na 24 de maio, além de tocar na banda marcial do Colégio Nossa Senhora das Dores, reforçaram ainda mais a convivência grupal e, ainda jovem, a experimentar outras diferentes possibilidades de estar, num dia a dia diferente, numa cidade diferente.
Meus pais e minha irmã, continuaram em Jaguari até 1966, quando se mudaram novamente para Cachoeira do Sul. 
Fui para Porto Alegre cursar o chamado, na época, Científico, no Colégio Nossa Senhora das Dores. Lá descobri pela experiência, que minha relação com  a matemática, com a física, com a química e com a biologia, não era uma relação tão harmoniosa quanto eu esperava. Tanto que, em setembro de 1966, enviei um telegrama para casa dizendo: para passar de ano preciso tirar 10 em matemática, em setembro, outubro, novembro e dezembro, o mesmo acontecendo com química e biologia. Um pouco diferente em física, pois precisaria tirar 11 em dezembro. 
A resposta de lá foi "pega o violão e vem".
Fui estudar o Clássico, no Colégio João Neves da Fontoura, em Cachoeira do Sul. Foi paixão a primeira vista com Literatura, Latim, História, Filosofia e Sociologia,. 
Daí em diante tirar notas acima de 8 passou a ser o normal. 
1968 foi um ano muito importante para mim. 
Como pretendia fazer vestibular em Porto Alegre, meus pais me mandaram para lá e consegui uma vaga, após prova de seleção, no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, para terminar o Clássico. 
Quem acompanhou este momento da História politica do Brasil e estudou neste Colégio, principalmente neste ano, sabe o que foi a profundidade da experiência ali vivida. 
Comecei a trabalhar formalmente e a construir minha vida profissional e adulta.
A partir daí casei e além de todas as aprendizagens, tive o Lucas, meu filho mais velho. Descasei, casei novamente e junto com ricas outras aprendizagens, vieram o Mateus e a Mariana, mais dois filhos amados. 
Descasei e casei. Com Lena, parceira de vida, de dança e de atividades profissionais.
Desde 2000 estou radicado em Belém/PA.
Em 2010 Clara chegou, trazida por Mateus e Aline. Em 2012 chegou Olivia, trazida por Lucas e Cristina. Em 2017 chegou Gabriela, irmã de Clara e em 2018, Mariana e Eduardo trouxeram Melissa. Chegaram assim em minha vida, estas netas muito amadas.


CAMINHO PROFISSIONAL
Minha história, escrita no rico e profundo encontro com tantas pessoas e grupos, desaguou numa trajetória profissional dedicada a promover a integração interpessoal, por meio do exercício do diálogo e consequente facilitação da comunicação.
Meu primeiro emprego, no União de Bancos Brasileiros, foi no Departamento de Pessoal. Esta experiência me orientou na busca de outras oportunidades, sempre na área de Recursos Humanos.
Antes mesmo de concluir o curso de Administração na  PUCRS, em 1973, já era trainee da Cia Riograndense de Telecomunicações, no Departamento de Pessoal. 
Lá fiquei até 1975, quando fui convidado a gerenciar a área de Recursos Humanos do Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul e, em 1980 fui convidado para gerenciar a área de Recursos Humanos do Grupo Habitasul. 
Em 1981 voltei para a CRT, na área de Treinamento e Desenvolvimento Gerencial, tendo permanecido até 1985 quando, concluída minha Formação como Coordenador de Grupos de Desenvolvimento Interpessoal, tendo como Mestra Fela Moscovici, escolhi trabalhar como consultor autônomo, de processos grupais, atividade que realizo até hoje. 
Vale ressaltar que, quase concomitantemente a minha Formação com Fela, eu estava fazendo outra muito importante, Análise Transacional, com outras grandes Mestras: Rosa Krausz e Lisete Herzog.
Em 1983, junto com um grupo de pessoas que fizeram e/ou estavam fazendo a Formação com Fela Moscovici, participei da criação do Grupo de Estudos Regional Sul da Sociedade Brasileira de Psicoterapia, Psicodrama e Dinâmica de Grupo. 
Este grupo, em 1986, decidiu criar a Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupos, da qual fui o primeiro Presidente.
Pela SBDG, coordenei mais de 40 grupos de Formação de Coordenadores de Dinâmica dos Grupos, nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Bahia e Pará, totalizando mais de 12 000 horas de trabalho com grupos de formação.
Além do trabalho com grupos, através da SBDG, realizei atividades de consultoria em diversas empresas, entre as quais cito: Banco Meridional do Brasil, Banco do Estado do Rio Grande do Sul, Uniáo de Bancos Brasileiros, Banco Votorantim, Consul SA, Frasle SA, Petroquímica Triunfo, Seta Tanino, Sinepe RS, Cisco SA, Alubar  SA, Imerys SA, Alunorte, Hydro, Caixa Seguros,  além de diversos orgáos da administração pública nos Estados do Rio Grande do Sul e do Pará, num total aproximado de 20.000 horas de trabalho.
Em 1993, participei da 56 Conferência da Clínica Tavistock, em Londres.
Sou Didata da SBDG desde 1994 e em 2013 recebi o título de Sócio Benemérito em reconhecimento aos trabalhos prestados à instituição.
Em 1995 participei em dois capítulos do livro Como Trabalhamos com Grupos, organizado por Luiz Carlos Osório e David Zimerman. Ed Artmed, Porto Alegre. 1995.
Em 1998 participei da criação do projeto Redefinindo o papel do Professor, no Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Rio Grande do Sul.
Em 1999 publiquei nos anais do III Encontro Internacional de Informática Educativa, o artigo O Computador na Sala de Aula - o impacto sobre o meio ambiente e sobre as relações.
Desde 2006 participo, anualmente, como professor do curso Diplomado en Dinámica de los Grupos, organizado pelo CESDHU/Faculdad Catolica de Santo Domingo, República Dominicana.
Em 2010, concluí a Pós Graduação em Orientação Familiar Sistêmica e estendi a abordagem relacional que já realizava com grupos e organizações, para o atendimento a casais e a famílias. 
Assim foi e está sendo minha trajetória na vida e nos trabalhos com grupos.


O objetivo deste blog ter um espaço onde eu  possa expressar minha experiência, reflexões, questionamentos e inquietações e, também, disponibilizar artigos escritos e traduzidos por mim e outros, resultado de pesquisas, que venham a contribuir com aqueles que se dedicam ao estudo do funcionamento dos grupos em todas as suas manifestações.








3 comentários:

  1. Mauro, muito legal ler sua trajetória. Desejo que o blog tenha vida longa. Abraços, Henrique

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    1. ...podia haver algum retorno. Deus de Deus.

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  2. Cautelar em expor tanta coisa aki.
    E familiar de DINEY... caracu.

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